Jovens adultos, uma transformação necessária

25/03/2014 Por: taisbr

Já percebemos que a vida está, em muitos aspectos, mais fácil. As tecnologias ampliam o acesso a novas experiências que, antes, eram restritas a poucos privilegiados. Diariamente somos atropelados por um turbilhão de informações, sempre com novos cenários, novas possibilidades, nos convidando e até nos obrigando a criar um novo olhar. Tudo é apresentado como novo e essa é a realidade mais vibrante que podemos usufruir, pois ela proporciona a percepção da juventude plena, intensa e frenética.

Isso significa que ser jovem agora é, também, uma realidade dos adultos, aqueles que antes abandonavam a juventude quando descobriam as responsabilidades que as escolhas exigiam. Hoje, isso não acontece mais. O aumento na expectativa de vida transformou completamente esse cenário. Surge, assim, o “jovem adulto”, afinal, agora todos queremos ser jovens, e fazemos escolhas que sustentam essa condição.

Como ficam, então, os jovens de idade? Aqueles que ainda não viveram tantas situações e não dispõem de um grande arsenal de experiência?

Esse é o grande desafio da atualidade, na qual cinco gerações diferentes precisam conviver, alinhando valores, costumes e expectativas diversas. Nessa realidade, os principais atores são justamente os jovens da Geração Y. Eles já percebem que as consequências de suas escolhas são absolutamente individuais e, por isso, devem se responsabilizar por cada decisão que tomam, afinal, eles estão ficando “adultos” também.

Contudo, essa transformação não é muito simples, pois os “adultos” de hoje persistem em continuar na juventude, provocando, com essa atitude, um efeito colateral, em que o próprio jovem adia a sua transição, mantendo o status anterior de adolescência. A principal consequência para esse cenário é a imaturidade que observamos nos profissionais.

Falta engajamento com os projetos, competência técnica e, principalmente, visão estratégica com a própria carreira, reduzindo as expectativas profissionais a um conjunto de benefícios financeiros de curto prazo. Isso precisa mudar com urgência, afinal, são os jovens que devem comandar as transformações do mundo.

Para que isso aconteça, precisamos que os “jovens adultos” se adaptem à singularidade do momento atual e transformem-se em mentores, promovendo e permitindo que os mais inexperientes possam enfrentar seus próprios desafios, ou seja, falhar e aprender com os seus erros.

Seja um jovem adulto. Isso é sedutor, vibrante e muito recompensador, mas lembre-se que essa condição traz novas responsabilidades e um novo papel – o de preparar as novas gerações de jovens.

Sidnei Oliveira

É muito interessante pensar no enorme impacto que a nossa (muito) maior expectativa de vida traz ao nosso dia a dia. Olhando o lado pessoal, eu nasci quando minha mãe tinha 19 anos e eu tive minha primeira filha aos 30. Quando minha mãe tinha a minha idade, eu já estava quase me casando (com um pouco de exagero…), e minha filha mais velha tem apenas 6 anos. Quem precisou ser responsável na vida pessoal mais cedo? Minha mãe, é claro. E isso se reflete também, claramente, no ambiente profissional, como diz o Sidnei.

Muitos jovens da Geração Y já têm idade suficiente para assumir responsabilidades, mas os mais velhos, ainda jovens e com muita disposição e saúde, não estão prontos para passar suas responsabilidades adiante – e muitas dessas pessoas da Geração Y ainda não querem receber.

Ouvi um comentário de um CEO certa vez, após uma palestra do Sidnei, na qual ele enfatizou o tempo que vamos viver, quantas coisas poderemos realizar, quantas carreiras ainda teremos… Esse CEO, com 37 anos de idade, disse: “Se eu soubesse antes que iria viver tanto tempo assim, teria menos pressa para assumir tanta responsabilidade”.

Fernanda Lopes de Macedo Thees

O mundo está sempre em constante mudança e obriga, de certa forma, as pessoas a se adaptarem para não se tornarem indiferentes na sociedade.

A tecnologia cada vez mais avançada, mais presente, é necessária a todos. O choque de gerações vem fazendo com que os conflitos sejam cada vez mais frequentes, e muitos dos nossos jovens acabam parecendo imaturos para os já adultos, comprometendo assim a confiabilidade nos jovens adultos .

A vida está cada vez mais exigente, e você, está de acordo com as exigências?

Vanessa de Assis

A Geração X (nascidos entre 1960 e 1980) teve uma relação melhor com os seus pais e mentores do que a geração anterior, no entanto, as diferenças em termos comportamentais eram nítidas e até “estereotipadas”, ou seja, a maioria assumia um papel predeterminado e vivia de acordo com os padrões de “normalidade”.

Pai e mãe se vestiam, se comportavam e viviam como tal, assumindo uma posição hierárquica superior, na qual existia uma divisão rígida entre pais e filhos. Hoje o cenário está muito diferente, pois as famílias se modificaram e o modelo tradicional, hierarquizado, patriarcal não faz mais parte da realidade de inúmeras famílias.

Os avanços em termos de liberdade são inúmeros, mas geram dúvidas, inseguranças, porque agora podemos escolher quem de fato somos. E nessa transição, muitos pais, na ânsia de propiciar um ambiente mais livre, acabam reforçando e estendendo a adolescência de seus filhos, não colaborando para o desenvolvimento da autonomia, responsabilidade e resistência à frustração.

Taís Targa

Fernanda Thees, atua com orientação de carreira e preparação para processos seletivos de empresas e MBAs internacionais. Formada em Administração pela UFJF com mestrado em Psicologia Organizacional pela UNH, USA.

Vanessa de Assis, é Gerente Financeira na filial de Cetelbras Educacional, cursando o último ano do Ensino Médio.

Taís Targa, Psicóloga, Mestre em Educação, Especialista em Transição de Carreira, Coaching e Recolocação.

Fonte: Blog Sidnei Oliveira da Revista Exame

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