O mito do amor romântico também na profissão

27/03/2014 Por: taisbr

Por Taís Targa

Frequentemente atendo profissionais que carregam sentimentos de culpa e frustração pela escolha de suas profissões.

Muitos realmente fizeram escolhas erradas, diversas vezes pela falta de reflexão e maturidade na hora de fazer o vestibular. No entanto, também tive oportunidade de ter contato com profissionais que fizeram escolhas assertivas, têm possibilidades de crescimento e geralmente um bom emprego, mas se cobram por não existir paixão/adrenalina/prazer nas atividades que executam. E a grande pergunta que me faço é: será que é obrigatório ter paixão por seu trabalho? Ou ainda: será que devemos amar o nosso trabalho mais do qualquer outra atividade que executamos?

Hoje, posso dizer que a resposta para essas duas perguntas é: NÃO! Podemos simplesmente gostar do nosso trabalho e às vezes até suportá-lo (por um determinado período), para depois podermos assumir posições maiores e interessantes. Não se pode começar uma vida profissional sem alguns percalços, sem antes executar atividades mais rotineiras e pouco desafiantes.

Talvez a primeira aprendizagem para se chegar ao sucesso e trabalhar com o “filet mignon”, o nosso “sonho de consumo”, seja, primeiro, lidar com a nossa própria frustração e termos objetivos a médio e longo prazo (onde o trabalho que se faz hoje servirá como alicerce), sabendo que até chegar lá, nem tudo serão flores e não haverá amor à primeira vista.

Em outros casos, o trabalho pode ser o instrumento que nos possibilita tempo e dinheiro para fazer aquele nosso hobby, e talvez por ser hobby é que seja tão apaixonante!

Taís Targa*

A escolha da profissão é algo que realmente atormenta os jovens, que desde cedo são encorajados a optarem por uma carreira baseada em poder, salário e status, traçando em suas vidas um caminho que os leve a questionamentos como esse.

Vale dizer que nada está perdido. E ainda que se tenha duvidas quanto à profissão escolhida, basta traçar novos objetivos e trabalhar o futuro, sabendo que ninguém descobre de fato o que ama até experimentar, até que se envolva em tarefas desafiadoras. O importante é exercitar a paciência e o poder de planejamento, afinal, ninguém nasce estrela, acaba sempre sendo reprovado em alguns testes. Ninguém nasce artista plástico até ter telas descartadas, e ninguém nasce gestor até que conheça outras realidades.

Paula Mendes

O mito de ter apenas uma profissão para toda a vida acabou! Viveremos mais, por isso, teremos mais possibilidades de desenvolver muitas trajetórias profissionais. Podemos e devemos correr o risco de transformar nossas vidas, experimentando novas carreiras. Acertaremos em diversas escolhas e aprenderemos com outras mais infelizes, contudo, não devemos desistir de tentar.

Se conseguirmos explorar nosso trabalho ao ponto de descobrirmos todo o nosso potencial, estaremos, então, caminhando na direção de transformar nossa profissão no melhor emprego do mundo. Afinal, como diz o ditado popular:

“O importante não é fazer o que gosta, mas sim gostar do que faz”.

Sidnei Oliveira

*Taís Targa, Psicóloga, Mestre em Educação, Especialista em Transição de Carreira, Coaching e Recolocação.

Paula Mendes, formada em Administração de Empresas, é hoje Executiva de Vendas e Consultora de Conteúdo para eventos corporativos na Agência Produtora.

Fonte: Blog Sidnei Oliveira na Revista Exame

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